Reeducando conta como é sua vida depois de 10 anos de cárcere

A soma do esforço pessoal com as oportunidades de estudo resultou na ressocialização

“O mundo dá voltas”, diz o dito popular e foi preciso 10 anos para um reeducando poder enxergar sua vida fora da Unidade Penitenciária Antônio Sérgio Silveira de Lima. Hoje ele está no semiaberto, mas voltou para o presídio por uma boa causa, foi prestar um serviço: consertar o ar-condicionado que estava com problemas.

Quem apresenta o técnico é o próprio diretor Benedito Rodrigues, que elogia o esforço do reeducando. Ele parabeniza o trabalhador por mudar sua trajetória: “a história dele é muito bonita, porque ele tá trabalhando lá fora. Ele se empenhou. Tudo que ele sabe, ele aprendeu aqui dentro, em cursos que fez aqui”.

Foram as oportunidades de estudo e o ensino profissionalizante que permitiram que hoje ele não seja conhecido por ser presidiário, mas sim por ser o técnico do ar.  “Quando eu entrei, eu só tinha a quinta série. Então eu terminei meus estudos e fiz quatro cursos de qualificação profissional aqui dentro da unidade: um de eletricista, dado pelo Instituto Dom Moacyr, outro de refrigeração, câmara fria e ar condicionado pela Igreja Universal. Tudo eu aprendi aqui”, contou.

Logo depois de obter as certificações, o aprendizado se tornou horas trabalhadas para remição da pena: “então tive a oportunidade de prestar serviço para remir a pena e fiz isso por dois anos. Até que chegou o momento que a pena progrediu para o semiaberto e aí eu continuo na profissão. Sigo batalhando nessa área”, sorri.

Esse relato foi conhecido durante a inspeção realizada pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). “Esse é o tipo de história que a gente quer ver”, disse o juiz Robson Aleixo ao refletir sobre a missão de garantir direitos a esse público que ainda é muito estigmatizado.

O técnico usa tornozeleira eletrônica por estar no regime semiaberto, por isso todos os deslocamentos devem ser comunicados e autorizados pela monitoração eletrônica. Mesmo com as restrições, o trabalho tem sido suficiente para gerar renda e sustentar sua mulher e seu filho, que tem nove anos de idade.

Miriane Teles | Comunicação TJAC

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