Pintura retratando cena do Acre é doada à Presidência do TJAC

Obra era do acervo de Romeu e Ruth Jobim (in memoriam), um casal de juristas nascidos no Acre que fizeram carreira em Brasília, mas mantinham uma forte conexão com seu lugar de origem

Céu azul com as nuvens brancas, um Palácio no fundo, na frente uma casa com uma mulher debruçada sobre o alpendre de madeira na varanda. Na lateral esquerda casas e pessoas na frente, debaixo da sombra formada pelo beiral dos telhados, assistindo uma banda, vestida em uniformes brancos com faixa lateral azul, botas de cano alto pretas e quepes brancos, passando na rua de barro marrom. Esse conjunto de elementos compõem a pintura doada à presidência do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) por Rosana Jobim, em nome de seus pais, Romeu Barbosa Jobim e Ruth Souza Silveira Jobim, acreanos que tinham a obra pendurada na casa deles, para mostrar um pedaço do Acre, terra natal do casal.

A obra foi encomendada pela mãe de Rosana, Ruth Jobim, ao pintor Ésse Pimenta. Ruth saiu do Acre, estudou Direito no Rio de Janeiro, onde encontrou seu marido Romeu, que também era acreano. Mas, eles só se conheceram fora do Acre. A filha revelou que a mãe carregava o Estado no coração e passou, junto com o marido, esse amor para as três filhas. Ruth, que faleceu em 2018, guardava vários recortes de jornal sobre a terra natal, e foi um desses pedaços que serviu de inspiração para a pintura, contou Rosana.

Pintura com: Céu azul com as nuvens brancas, um Palácio no fundo, na frente uma casa com uma mulher debruçada sobre o alpendre de madeira na varanda. Na lateral esquerda casas e pessoas na frente, debaixo da sombra formada pelo beiral dos telhados, assistindo uma banda, vestida em uniformes brancos com faixa lateral azul, botas de cano alto pretas e quepes brancos, passando na rua de barro marrom.

Tanto Ruth quanto Romeu tinham atuação jurídica e acadêmica. Ruth era advogada, professora e premiada em concursos literários e Romeu cresceu em um seringal na fronteira com a Bolívia e quando o pai percebeu que o menino tinha aprendido a ler sozinho, autodidata, enviou para estudar fora, daí o jovem construiu sua carreira profissional. Foi redator, revisor, professor, escritor, passou em concursos públicos até que em 1976 ingressou na magistratura e foi promovido por merecimento ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), em 1991. O acreano que fez carreira fora do Estado faleceu aos 88 anos de idade em 2015.

Para a filha do casal, professora, jornalista e agora também está cursando a faculdade de Direito, doar a obra ao Judiciário acreano é uma maneira de honrar os pais, que saíram do Acre, se uniram através do amor ao Direito e mantiveram tiveram ligação com o lugar onde nasceram. No recado enviado junto com o quadro, Rosana escreveu: “Receba meus sinceros cumprimentos e minha eterna gratidão por acolher obra de tão grande importância para mim e para meus pais. Romeu Barbosa Jobim e Ruth de Souza Silveira Jobim. Acrianos que construíram uma vida de sucesso longe de sua terra natal, mas que sempre guardaram no coração e na parede da sala o amor por suas origens. Grata por me ajudar a honrar meus pais, meus antepassados, minha história”.

Agora, a pintura está colocada na parede da antessala da Presidência do TJAC. Qualquer servidor, servidora e pessoa que for até a sede do Tribunal de Justiça acreano pode apreciar o quadro. A presidente do TJAC, desembargadora Waldirene Cordeiro, agradeceu a doação, que com uma licença poética, trouxe um pedaço do Acre. “A memória e cultura são essenciais para nos fortalecer e unir como sociedade e essa obra com toques tão suaves apresenta uma memória de amor e saudade do Acre. Agradeço a família que doou essa pintura, que agora faz parte da história do Judiciário acreano”, disse a presidente.

Foto da antessala da presidência mostrando a tela ao fundo
Emanuelly Silva Falqueto | Comunicação TJAC

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