TJAC realiza audiência pública interna para construção do Programa de Assistência à Saúde Mental

Durante a audiência, foram debatidas estratégias de acolhimento, prevenção e cuidado com a saúde psíquica dos integrantes do Judiciário.

Cuidar da mente é, antes de tudo, um ato de humanidade. Em um mundo cada vez mais exigente, reconhecer a importância da saúde mental é essencial para manter o equilíbrio e a qualidade de vida, sobretudo em instituições que lidam diariamente com o sofrimento e a complexidade da vida em sociedade. Foi com esse olhar sensível que o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou, nesta quinta-feira, 29, uma audiência pública com o público interno para discutir a construção do Projeto Saúde Mental Integrada e Prevenção no Ambiente de Trabalho do Poder Judiciário do Estado. A audiência aconteceu no auditório da Escola do Poder Judiciário (ESJUD).

Durante a audiência, foram debatidas estratégias de acolhimento, prevenção e cuidado com a saúde psíquica dos integrantes do Judiciário. Entre os anúncios de melhorias, será a ampliação da estrutura do Centro Médico do TJAC, que contará com o reforço de novos profissionais especializados na área da saúde mental, como psiquiatra, neuropsiquiatria e ação da “Gevid itinerante – Cuidando de quem cuida da justiça”, para magistrados e servidores do interior.

 

 

A iniciativa nasce do entendimento de que quem cuida da população também precisa estar bem, mas também tem caráter preventivo. Ao abrir a atividade, o desembargador Laudivon Nogueira, em sua fala, destacou a importância da audiência pública como um marco histórico para a construção de uma política de saúde mental no Poder Judiciário. Ele enfatizou a necessidade de abordar questões como ansiedade, depressão e estresse, que afetam tanto líderes quanto equipes, comprometendo o ambiente institucional.

O desembargador-presidente ressaltou que a saúde mental deve ser uma prioridade, e que é fundamental cuidar do bem-estar dos servidores para garantir um serviço judiciário eficaz e humano. Ele mencionou a importância de reconhecer a vulnerabilidade emocional e a necessidade de um espaço seguro para que todos possam expressar suas dificuldades sem medo de estigmas.

“Conto com a contribuição de todos para que juntos possamos apresentar propostas mais sensíveis e aplicáveis. E que cada um se sinta parte da construção, que é esse edifício a construir todos os dias: que é a justiça. O judiciário existe apenas na mente da gente, quem existe somos nós e que esse nós seja fortalecido de verdade”, disse.

 

 

Na ocasião, magistradas, magistrados, servidoras e servidores puderam expressar suas opiniões sobre o novo projeto, além de apresentar sugestões e críticas a determinados pontos discutidos. O encontro também proporcionou um espaço para que os participantes compartilhassem suas condições atuais de saúde e experiências relacionadas ao fluxo de trabalho nas unidades, especialmente aquelas impactadas por casos de servidores com problemas de saúde mental.

O juiz auxiliar da Presidência, Giordane Dourado, que integra o Grupo de Trabalho do Projeto Saúde Mental Integrada e Prevenção no Ambiente de Trabalho do Poder Judiciário do Acre, juntamente com a equipe da Qualidade de Vida, que coordena o Centro Médico, salientou que o projeto permitirá um atendimento mais qualificado e atento, especialmente para pessoas que estejam enfrentando situações de sofrimento psíquico mais intenso, com avaliações mais detalhadas e acompanhamentos contínuos.

“O objetivo principal é evitar que magistrados e servidores adoeçam, promovendo uma cultura de cuidado contínuo, empatia e apoio mútuo. A construção coletiva dessa política de atenção reforça o compromisso do TJAC com o bem-estar de quem serve à Justiça, refletindo diretamente na qualidade do serviço prestado à população. É um projeto que está sendo construído coletivamente. Servidor e magistrados são pilares fundamentais na promoção da Justiça, e sua saúde mental é imprescindível para garantir um atendimento digno, eficaz e humanizado à sociedade acreana”, salientou.

A vice-presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, em seu discurso, enfatizou a importância da audiência pública para discutir a saúde mental no Judiciário. Ela destacou que a iniciativa reflete uma preocupação genuína com o bem-estar dos servidores e magistrados, reconhecendo que o trabalho no sistema judiciário pode ser emocionalmente desgastante.

Regina ressaltou a necessidade de um ambiente de trabalho saudável, onde as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas. Ela mencionou que a saúde mental deve ser uma prioridade e que é fundamental desmistificar o estigma associado ao tratamento psicológico. A desembargadora também falou sobre a importância de promover a comunicação não-violenta e a empatia entre os colegas, criando um espaço onde todos possam se sentir acolhidos e apoiados.

Um dos profissionais que atende no Centro Médico do TJAC, o médico Fabrício Lemos, além de falar dos cuidados da saúde mental, parabenizou a gestão por abraçar essa iniciativa tão importante para todos do judiciário. 

A servidora Hana El-Shawwa foi uma das participantes que reforçou o quanto é valiosa a iniciativa. Segundo ela, ter um espaço de escuta, acolhimento e suporte psicológico não é um privilégio, mas uma forma de preservar a qualidade de vida de quem se dedica diariamente ao serviço público.

 

Ana Paula Batalha / Foto: Gleilson Miranda | Comunicação TJAC

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