Representantes do TJAC debatem práticas restaurativas em evento regional

O encontro propôs diálogos sobre a pacificação social a partir da política da Justiça Restaurativa

A desembargadora Waldirene Cordeiro, supervisora do Núcleo de Justiça Restaurativa (Nujures), a juíza Andrea Brito, coordenadora do Nujures, e o servidor Fredson Pinheiro, da Justiça Restaurativa do Acre participaram do 1º Encontro Norte e Nordeste de Justiça Restaurativa, realizado nos dias 19 e 20 de abril no auditório da Associação dos Magistrados do Maranhão.

Na oportunidade, os representantes acreanos debateram e apresentaram as boas práticas da instituição durante a exposição do painel “Possibilidades e Práticas nos Sistemas Criminais e Socioeducativo”. Confira a programação completa: clique aqui.

 

Fotografia da desembargadora Waldirene Cordeiro e a juíza Andreia Brito em frente ao banner do evento de Justiça Restaurativa realizado em São Luís do Maranhão

 

A desembargadora Waldirene Cordeiro assinalou que a Justiça Restaurativa tem lugar no planejamento estratégico do Judiciário acreano, assim deu relevo a ações em andamento, como os grupos reflexivos, os projetos “Recomeçar”, “Incluir para Recomeçar” e “Justiça Restaurativa na Escola”. A supervisora do Nujures enfatizou ainda que “as ações ocorrem em rede, por isso fortalecem a promoção e garantia de direitos, bem como o desenvolvimento de uma cultura de paz na sociedade”.

Brito levantou ponderações a partir dos objetivos do programa “Fazendo Justiça” e a realidade do sistema carcerário brasileiro, tendo em vista que em todo o país há a configuração do Estado de Coisas Inconstitucional, conforme declarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADPF 3472.

Os determinantes sociais e as mazelas estruturais envolvem questões ainda mais complexas, como racismo, violências de gênero e desigualdades econômicas. “Com práticas adaptáveis ao sistema de justiça criminal e socioeducativo, a Justiça Restaurativa oferta ferramentas para que o judiciário protagonize a oferta de novas respostas, ante o desafio histórico do encarceramento. E, de igual modo, são necessárias novas possibilidades de resposta para as pessoas em situação de rua, frente ao seu diálogo constante com o sistema de justiça”, assinalou a juíza Andrea Brito.

 

 

Restaurar o que?

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) define que a Justiça Restaurativa é um movimento internacional, que se constitui como um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, visando à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e de violência.

Desde 2016, com a edição da Resolução CNJ n. 225, a Justiça Restaurativa é uma política nacional do Poder Judiciário e este tem sido o caminho adotado para a proposição e implementação de alternativas para uma resposta penal mais adequada à restauração da sociedade.

Portanto, a operacionalização da política serve para impactar a realidade do sistema prisional brasileiro, principalmente. No Acre há 5.600 pessoas privadas de liberdade (no regime fechado e provisório), no entanto o sistema prisional possui 4.044 vagas, ou seja, há um déficit de 1.550 vagas atualmente. Há ainda outras 1.800 pessoas monitoradas. 

Gráfico do quantitativo de pessoas do sistema prisional do Acre em 2023, de acordo com as informações apresentadas no último parágrafo do texto

 

O TJAC assumiu o compromisso de reduzir a superpopulação carcerária em 10% para esse sexênio. Até o final do ano de 2022 o índice de redução alcançado foi de 12%. 

Miriane Teles/ Fotos: Assessoria TJMA | Comunicação TJAC

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