O slogan deste ano é “Uma criança é apenas uma criança. Seja a voz que protege”
O lançamento da segunda edição da campanha “Nunca é Tarde” foi realizada no Palácio da Justiça nesta segunda-feira, 5. O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) apresentou os vídeos e peças publicitárias que incentivam a denúncia de violência sexual contra crianças e adolescentes.
A iniciativa parte da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) com apoio da Diretoria de Informação Institucional do TJAC, que juntas articularam o apoio da rede de proteção e da imprensa acreana para o impulsionamento de uma jornada de conscientização durante o “Maio Laranja”, que é o período dedicado ao enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
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O publicitário Wagner Lucena falou sobre o processo de criação do conteúdo. “Esse tema é um desafio técnico, que exige coragem, escuta e respeito para sensibilizar sobre romper silêncios e acolher vítimas”, disse. Em seguida, o coral “Vozes do Povo” colaborou com a sensibilização se apresentando durante o evento.
Nunca é tarde!
A campanha “Nunca é Tarde” fortalece a mensagem de que não existe prazo para buscar ajuda e denunciar abusos. A vice-presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, coordenadora da CIJ, anunciou que o enfrentamento também será realizado com um mutirão de audiências.
“Nossa campanha é um misto de determinação e esperança. Esse é um tema doloroso, contudo o ‘Maio Laranja’ dá visibilidade a uma violência que atinge silenciosamente centenas de crianças e adolescentes no nosso estado. Juntos somos a rede de proteção que eles precisam”, declarou.
A delegada da Polícia Civil Juliana de Angelis afirmou que em 2024, houve 641 registros de estupro de vulnerável no Acre. “Há ainda outros crimes relacionados e é triste pensar que esses índices são 15% da realidade, porque ainda há muita subnotificação”, acrescentou. Por sua vez, a vice-presidente da Ordem dos Advogados Seccional Acre (OAB/AC), Thais Silva, enfatizou a importância do trabalho preventivo e na colaboração de todos para a eliminação desse tipo de crimes.
Já o defensor Celso Araújo contextualizou sobre os atendimentos realizados pelo projeto Rhuamm e considerou o impacto das políticas públicas. “Quando a vítima é um adulto, a maioria sabe o que fazer, mas quando são crianças, elas não. Elas precisam de ajuda”, ressaltou.
O procurador da Justiça Danilo Lovisaro deu relevo ao dever constitucional de proteger as crianças e adolescentes. “É preciso lembrar a sociedade do papel importantíssimo de proteção. Não só como pais e mães, mas também como cidadãos”, conclamou. Em consonância, o deputado Eduardo Ribeiro, reforçou que “não só o poder público deve ser a voz da proteção, mas a sociedade também deve estar nesse enfrentamento”.
Com efeito, o corregedor-geral da Justiça, desembargador Nonato Maia reforçou o alerta. “Há casos midiáticos que são repudiados, mas como foi dito, há muitos casos que não chegam à mídia, nem nas autoridades. As campanhas surtem efeitos muito importante cenário, pois é preciso quebrar esse elo de violência”, destacou.
O pronunciamento do presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira apontou que não basta reconhecer a existência do problema, é preciso a vigilância e efetivação dos direitos fundamentais. “A violência sexual contra crianças e adolescentes gera o sentimento de indignação. Essa campanha não é mais um evento, mas deve ser um catalisador para o rompimento de ciclos de violência. Reitero o valor da participação de todas as instituições nessa campanha, porque a maior beneficiada é a sociedade acreana”, concluiu o desembargador Laudivon Nogueira.
Também estavam presentes os desembargadores Samoel Evangelista e Nonato Maia; a presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), juíza Olívia Ribeiro; a juíza Isabelle Sacramento, o juiz Jorge Luiz, conselheiros tutelares e representantes de diferentes meios de comunicação.
