“Reacender a Criatividade em Líderes que Tratam o Dano e o Trauma” foi o tema do curso ministrado pela Dra. Katie Mansfield, especialista em Justiça Restaurativa e transformação de conflitos com foco profundo no trauma e na resiliência. Formação foi direcionada aos servidores (as) e magistrados (as) do NPJR, que lidam diariamente com vítimas de abusos e outros tipos de violências
O Tribunal de Justiça do Acre, por meio da Escola do Poder Judiciário (Esjud), promoveu na tarde desta sexta-feira, 4, o encerramento do curso “Reacender a Criatividade em Líderes que Tratam o Dano e o Trauma”. A atividade teve como facilitadora a especialista em Justiça Restaurativa e transformação de conflitos com foco profundo no trauma e na resiliência Katie Mansfield.
Graduada pela Universidade de Harvard, com Mestrado em Estudos Internacionais de Paz no Instituto Kroc da Universidade de Notre Dame e doutorado em Artes Expressivas e Transformação de Conflitos na Escola de Graduação Europeia, Mansfield é atualmente uma das profissionais mais gabaritadas sobre o assunto, conhecimentos que foram compartilhados com a magistratura acreana durante a semana de atividades promovida pela Esjud.
O evento de encerramento das atividades contou com a presença da supervisora do Núcleo Permanente da Justiça Restaurativa (NPJR), desembargadora Waldirene Cordeiro, representando a Presidência do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC); da juíza auxiliar do CNJ Kátia Roncada; da titular da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas (Vepma); além da palestrante Katie Mansfield, que, na oportunidade, foi homenageada e assistiu a uma apresentação do povo originário Huni Kui, que apresentou uma dança tradicional no auditório da Esjud.



O momento foi marcado pelo clima geral de entusiasmo e pelo notável compartilhamento de saberes. Se por um lado, a Dra. Mansfield trouxe ao Poder Judiciário do Estado experiências essenciais para a compreensão do trauma e do dano em sua totalidade, incluindo os dos próprio operadores do direito que lidam diariamente com vítimas de abuso e violência e que, pela natureza humana, acabam absorvendo os dramas por detrás de cada processo; por outro, a pesquisadora leva o contato holístico com a Amazônia, com a realidade do Acre e dos povos que aqui habitam, já deixando mais um legado em seu extenso currículo – o de ter plantado um pilar de cura e atenção à saúde mental na construção da Justiça Restaurativa e na transformação de conflitos no âmbito do TJAC.
No discurso de encerramento, a desembargadora Waldirene Cordeiro destacou a importância da participação de todos (as) juízes (as) do NPJR que lidam com vítimas de abusos e violência nas atividades, agradecendo ao desembargador Luís Camolez, diretor da Esjud, pela promoção do curso, bem como ao Governo do Estado, cujo apoio possibilitou a execução da atividade.


“É um orgulho e uma honra estar aqui, não só por estar representando o nosso presidente, desembargador Laudivon Nogueira, que abraçou a causa da Justiça Restaurativa no Acre, mas por saber, pelos olhos e sorrisos dos senhores, que o curso foi maravilhoso, de grande valia, tenho absoluta certeza. O conhecimento aqui compartilhado está agora na dedicação da nossa união. Obrigado, senhora Katie, por conseguir colocar (essa atividade) na sua disputadíssima agenda e estar aqui conosco nessa imersão de cinco dias. Muito obrigada pela sua participação, pelo seu compromisso e pelo seu modelo de entregar e compartilhar seus conhecimentos”, expressou a supervisora do NJRP.
Ainda na tarde da última sexta-feira, a Dra. Katie Mansfield concedeu uma entrevista à Comunicação do TJAC sobre a Justiça Restaurativa. O bate-papo pode ser conferido no perfil do Tribunal de Justiça do Acre no Instagram: @tjacoficial.







Sobre o curso
O curso “Reacender a Criatividade em Líderes que tratam o dano e o trauma” teve, entre outros objetivos, o desenvolvimento da resiliência em situações adversas, por meio do engajamento pleno do corpo, da mente e do espírito, usando os desafios enfrentados como recursos criativos, permitindo, assim, o alcance profundo de processos internos, emoções e percepções mais aguçadas da realidade e do ser humano.
A formação também objetivou a experimentação e prática de estratégias criativas de facilitação; a prática da partilha de poder como uma energia para a transformação do conflito; a atenção às necessidades e narrativas individuais e coletivas de forma holística, sob os pilares de segurança humana e da espiritualidade; além do aprofundamento da presença pessoal na escuta ativa das vítimas e testemunhas em contextos de violência e de vulnerabilidade.