Ações de combate à violência doméstica do TJ do Acre são apresentadas em encontro nacional do Judiciário

No encontro do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid), magistradas mostram as ações do Judiciário do Acre em relação aos grupos reflexivos e também o programa Comv-vida, que acolher a mulher vítima desses crimes

Representando o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) as juízas de Direito, Andréa Brito (auxiliar da Presidência) e Shirlei Hage (titular da Vara de Proteção à Mulher de Rio Branco), participam do encontro do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid), nesta quarta-feira, 29.

Durante o encontro realizado em Belém, no Pará, as magistradas da Justiça acreana apresentaram duas boas práticas realizadas pelo TJAC, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), para enfrentar a prática de crimes dessa natureza: os grupos reflexivos com autores de violência doméstica e familiar e também o programa Comv-vida, que acolhe a mulher vítima em suas necessidades.

Grupo reflexivo como política pública

Como forma de ampliar essas ações e para atender a política judiciária de promoção da igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres, diante da escolha do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 5 (ODS 5) da Agenda 2030, como Meta 9 para a Justiça estadual, adotada pela gestão do TJAC, com o apoio da desembargadora-presidente Waldirene Cordeiro, a Comsiv passou por 11 das 22 cidades do interior do Estado apresentando proposta às Câmaras Municipais para criação do Programa de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Intrafamiliar.

Os programas visam institucionalizar o desenvolvimento de grupos reflexivos com autores desses crimes para sensibiliza-los e eles não voltem a cometer os mesmos atos. Dos 11 municípios visitados, Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Manoel Urbano, Senador Guiomard, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri, foram aprovadas leis institucionalizando a criação dos Grupos Reflexivos em cinco deles: Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Manoel Urbano, Epitaciolândia e Assis Brasil.

Em outubro, as integrantes da Justiça, entre elas a desembargadora Eva Evangelista, coordenadora da Comsiv, foram à Câmara Municipal de Rio Branco, levar a proposta que o Programa seja implantado na capital.

Mas, paralelo a essa articulação para consolidar a prevenção e educação como política pública em cada município acreano, a Justiça acreana desenvolve grupos reflexivos em três ambientes diversos e de forma contínua. Um espaço que acontecem os grupos é na Central Integrada de Alternativas Penais (CIAPs), do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), com pessoas em monitoração eletrônica. Outro é no momento da retratação, na Vara de Proteção à Mulher, e, em funcionamento desde 2018, são realizados grupos reflexivos na Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (Vepma), ligado ao Núcleo de Justiça Restaurativa do TJAC, com pessoas que estão na fase de execução das penas.

E as mulheres vítimas?

Para garantir uma acolhida mais humanizada, dedicar espaço exclusivo a vítima de violência doméstica foi lançado o programa Comv-vida em maio de 2022. A equipe multidisciplinar da Justiça acolhe essa mulher e realiza os encaminhamentos necessários para o caso dela, que pode ser aluguel social, atendimento médico, diálogo com a empresa empregadora e até transferência dos filhos das escolas. Todas as providências são realizadas junto com os órgãos que integram a Rede de Proteção às Mulheres.

Afinal, a mulher vítima desses crimes tem direito a: ser afastada do trabalho para sua proteção; receber amparo imediato pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com médico, psicólogo, exames; e informações sobre seus direitos. Contudo, diante do trauma, as mulheres que vivenciaram isso e sobreviveram, podem não buscar essas garantias legais ou não tem conhecimento disso, e o Comv-vida intermedeia para ela ter esse acesso.

Emanuelly Falqueto | Comunicação TJAC

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