Palácio da Justiça sedia 1° Encontro Cá entre nós Mulheres para PcD

Atividade marcou o início das comemorações do mês de setembro, que contempla as campanhas Setembro Amarelo de combate ao suicídio e Setembro Verde de luta das pessoas com deficiência.

O Palácio da Justiça, Centro Cultural do TJAC, sediou na tarde da última sexta-feira, 9, o 1° Encontro “Cá entre nós Mulheres”, edição inaugural voltada especialmente ao público feminino de pessoas com deficiência (PcD). A ação aconteceu em parceria entre o TJAC, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (SEMSA/RB) e o Movimento de Mulheres com Deficiência.

O evento foi coordenado pela gerente de Acervo e representante do Comitê de Acessibilidade do TJAC, Ana Cunha, juntamente com a responsável pela área técnica de saúde da mulher com deficiência, da SEMSA/RB, Eline Lima. Também participou, como parceira na ação e palestrante, a psicóloga Samara Pinheiro (Hospital de Saúde Mental do Acre, HOSMAC).

A atividade marcou o início das comemorações do mês de Setembro, que contempla as campanhas Setembro Amarelo de combate ao suicídio e Setembro Verde de luta das pessoas com deficiência.

A escolha do Palácio da Justiça se deu pela acessibilidade do Centro Cultural do TJAC a pessoas com deficiência, fruto da adequação às diretrizes do Tribunal e à política contida na Resolução CNJ 401/2021, que dispõe sobre o acesso e a inclusão de pessoas com deficiência nos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares.

Durante a roda de conversa, foram discutidos temas comuns que pessoas com deficiência enfrentam ou já enfrentaram, como o bullying, por exemplo, que pode acarretar em baixa autoestima e até exclusão social para quem o sofre, desencadeando doenças de natureza mental, sendo as mais frequentes delas a ansiedade e a depressão. Foi abordada também a prevenção e reconhecimento da violência doméstica, mesmo quando esta não é expressada em atos de agressão física propriamente ditos.

A ideia central, que foi comparada com o processo da lagarta primeiro se tornando casulo para, só então, se transformar em uma borboleta, é levar as participantes a um encontro completo com suas individualidades, com a cidadania, bem como a uma visão geral de seus direitos como pessoas com deficiência.

A integrante do Comitê de Acessibilidade do TJAC, Ana Cunha, destacou a importância das parcerias para aproximar pessoas com deficiências ao ambiente não-conflitivo do Palácio da Justiça, no seio do Poder Judiciário, onde sociedade civil, associações, centros de apoio e Poder Público podem pensar soluções conjuntas para os problemas das PcD.

“É importante esse tipo de ação no Palácio, porque é um espaço de cultura, um espaço que as pessoas vão ali mais desprovidas de conflitos, porque a finalidade maior do Judiciário é dirimir conflitos. E o Palácio da Justiça é esse local mais aprazível, mais leve dentro da estrutura do Judiciário. Essas mulheres vão se sentindo acolhidas e aí, com o decorrer do tempo, elas vão se sentindo mais à vontade, inclusive, para reivindicar os seus direitos”, disse a servidora.

Ana Cunha, que é ela mesma uma PcD, vítima da poliomielite por falta de acesso à vacina durante a infância no seringal onde morava, também ressaltou a importância da atividade para a saúde mental das participantes, tema da campanha Setembro Amarelo de combate ao suicídio e às doenças mentais.

“E também tem a questão da violência doméstica, porque algumas delas também podem estar vivendo relacionamentos tóxicos, abusivos. Então é importante que elas comecem a ter informação, que comecem a se sentir acolhidas e saibam que há uma legislação para protegê-las, que há a possibilidade, não de fazer um ruptura de seus relacionamentos, mas de melhorá-los, inclusive, podendo trazer os maridos no futuro, em outras rodas, para que a gente possa trabalhar a prevenção”, acrescentou Ana Cunha.

A responsável pela área técnica de saúde da mulher com deficiência da SEMSA/RB, Eline Lima, por sua vez, destacou a relevância do projeto no sentido de “dar voz a essas mulheres com deficiência, que muitas vezes encontram-se invisíveis na sociedade”.

“E mostrar pra elas que é importante a participação delas nessas atividades para tratarmos de assuntos relacionados à vida, à saúde. É também um dos meios de estimular elas também a saúde de cada, conhecer novas pessoas, fazer novas amizades porque parte delas pode até estar em um processo de adoecimento, entrando em depressão. Então é importante resgatar essas mulheres para que possamos promover saúde para elas”, ressaltou.

Também foram parceiros na atividade o Centro de Capacitação de Apoio às Pessoas com Surdez (CAS) e a Associação de Deficientes Visuais (Adevir), que disponibilizaram um tradutor de libras para o evento.

Marcio Bleiner Roma | Comunicação TJAC

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