Juíza representa TJAC em evento pela igualdade de gênero

Rosilene Santana passou no último concurso para ingresso no Tribunal de Justiça do Acre; história de vida da juíza de Direito substituta ilustra, como poucas, luta das mulheres que sonham em entrar para a magistratura

A juíza substituta Rosilene Santana representou o TJAC na Roda de Conversa sobre representatividade feminina no Sistema de Justiça, realizada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), na última quinta-feira, 16.

O evento fez parte da programação do projeto Mês de Conscientização sobre Igualdade de Gênero, que teve o objetivo de fomentar a reflexão sobre como a sociedade e as instituições lidam com os direitos das mulheres, nas esferas do convívio afetivo, familiar e social, bem como no mercado de trabalho. A atividade foi realizada por meio do Centro de Apoio Operacional Unificado (CAOP-UNI) do MPRO. No mesmo dia, também foi realizado o lançamento da Campanha Institucional contra o Assédio no âmbito do Ministério Público de Rondônia.

A ação, que contou com a mediação da promotora de Justiça Tâmera Marin, coordenadora do projeto, buscou promover o debate e a conscientização acerca da necessidade de mobilização interinstitucional e da sociedade sobre a necessidade urgente de uma atuação mais efetiva em prol da igualdade e oportunidade de gênero.

 

 

Para a juíza de Direito substituta, a atividade foi de grande importância, pois reafirma a necessidade premente de maior participação das mulheres não somente na magistratura, mas em todo o Sistema de Justiça e na sociedade.

“Foi uma honra participar desse evento, que tratou de um tema muito importante, que é a igualdade de gênero e os desafios enfrentados pelas mulheres no âmbito do Poder Judiciário. Tive oportunidade de falar sobre minha trajetória, destacando os obstáculos enfrentados, a superação e a conquista do sonho da magistratura. Pude falar também sobre os avanços normativos sobre o tema, como a Resolução CNJ nº 255, bem como a Portaria 1.206/2020 que institui o Comitê de Diversidade do TJAC. Foi um evento muito importante e eu gostei muito também do formato, que foi bem informal”, comentou Rosilene Santana.

 

 

A magistrada substituta encerrou a participação no evento do MPRO citando a frase do poeta, cronista mineiro Carlos Drummond de Andrade, no poema “Mãos Dadas” – “O tempo é a minha matéria”.

“Ou seja, é tempo de agir hoje, no presente, para fazermos a diferença. Por isso, considero muito importante o evento realizado pelo Ministério Público de Rondônia”, concluiu.

De doméstica a juíza de Direito: a mulher que superou a fome para realizar o próprio sonho

“Ao ir para cidade, eu, com 12 anos, e minha irmã, com 13 anos, passamos fome, foi preciso pedir restos de ossos no açougue municipal para complementar nossa alimentação, porque a gente fazia nossa única refeição na escola, e as demais refeições a gente não tinha”, contou Rosilene de Santana Souza, empossada no dia 8 de dezembro como juíza substituta do Tribunal de Justiça do Acre, aprovada em 1° lugar no último concurso da magistratura.

Para se tornar magistrada, ela enfrentou o mundo para conquistar o sonho que tinha desde criança. Segunda filha mais velha do total de sete irmãos, Rosilene recebeu do pai, José Rodrigues de Souza, a missão mais importante da vida, que foi estudar muito para superar todos os preconceitos e as dificuldades.

Conheça mais sobre a trajetória da juíza de Direito substituta Rosilene Santana lendo a íntegra da matéria sobre seu grande exemplo de superação publicada pela Associação dos Magistrados do Acre. A publicação pode ser acessada no site da ASMAC clicando aqui.

 

Mãos dadas [Carlos Drummond de Andrade]

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

[Sentimento do mundo]

 

Com informações do Ministério Público de Rondônia e da ASMAC

Marcio Bleiner Roma Felix | Comunicação TJAC

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