Coordenadora da CIJ participa de lançamento de turma do Programa Radioativo

Ações integram macrodesafios criminais da Agenda 2030 pactuados entre CNJ, TJ´s e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em resposta à violência contra crianças e jovens

A coordenadora da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, participou, na manhã desta segunda-feira, 18, da aula inaugural do Curso de Operador de Computador oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI), por meio do Programa Radioativo.

O evento contou com a participação, entre outros, da governadora em exercício, desembargadora Waldirene Cordeiro; da magistrada auxiliar da Presidência do TJAC, Andréa Brito; da titular da promotoria especializada de execução de medidas socioeducativas de Rio Branco, Vanessa Muniz; do presidente da FIEAC, João Paulo Pereira; do diretor regional do SENAI/AC, João César Dotto; bem como do Cel. Glayson Dantas, que na ocasião representou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

A titular da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) se disse com o “coração cheio de contentamento, em razão do momento ímpar”. “Tenho certeza que se dedicando aos estudos com afinco, vocês vão abrilhantar os vossos currículos e, de aprendizes, se tornarão profissionais honestos, íntegros, trilhando sempre o caminho do bem, do direito, da verdade, da integridade, para que vocês possam ser felizes, ter uma profissão. E isso é só o primeiro degrau, porque vocês vão galgar outros degraus, vão fazer uma faculdade, não vão parar por aqui”, disse a desembargadora Regina Ferrari.

Desembargadora Regina Ferrari, coordenadora da Infância e da Juventude

A governadora em exercício, por sua vez, assinalou os diversos percalços que foram enfrentados para viabilizar a oferta do curso de operador em computação, conclamando os alunos a aproveitar a oportunidade. “Não foi fácil conseguir esse curso, vocês têm que aproveitar. Nós devemos ser a mudança que nós queremos. Nós temos força de vontade e procuramos fazer o bem sempre. A oportunidade que vocês estão agora tendo vocês têm que abraçar. Eu peço a vocês que se dediquem, que aproveitem, que tirem dúvidas, esse é o momento. Com a força de vontade de vocês, comprometimento e desejo de melhora de vocês, tenho certeza que vão conseguir”, considerou a desembargadora Waldirene Cordeiro.

Governadora em exercício, desembargadora Waldirene Cordeiro

O presidente da FIEAC ressaltou que o Radioativo traz, antes de tudo, esperança para os participantes. “É um programa que recupera pessoas e que dá oportunidades. E a gente vê que o sucesso é total, pois só tem pessoas fazendo tudo com muito esmero, com muito carinho, e a energia positiva prevalece. Aproveitem essa oportunidade que está sendo dada (…) para que vocês sejam grandes nessa jornada. Que essa seja só mais uma edição e que a gente tenha muitas outras mais”, ressaltou João Paulo Pereira.

Presidente da FIEAC, João Paulo Pereira

A promotora Vanessa Muniz compartilhou um pouco da própria história de vida com os jovens que integram o Programa Radioativo, mostrando a importância dos sonhos e do trabalho na construção de uma vida melhor para ela e a família, depois de perder o pai para a violência aos cinco anos de idade. “Os jovens entre 18 a 24 anos são as pessoas que estão no auge dos que mais matam e mais morrem no nosso estado hoje. As mudanças começam com a possibilidade de vida diferente. Ninguém nasce pronto. Todas as histórias têm uma superação, têm um momento em que nós olhamos os caminhos e fazemos uma escolha. Que caminho queremos seguir? É esse caminho que vai dizer o nosso futuro”, asseverou a promotora de execução de medidas socioeducativas.

Por fim, o diretor do SESI/SENAI destacou que a iniciativa não representa “um um simples curso de aprendizagem na área de computação”. “Nós estamos oferecendo aqui uma proposta de mudança de vida. Nós vamos estar juntos com vocês por um ano. Essa foi uma oportunidade que vocês realmente tiveram para participar de uma mudança de vida coordenada por essa escola, que tem mais de 40 anos de aprendizado, muita gente que por aqui já passou mudou de vida. Vocês vão ser tratados aqui com muito cuidado e com muito carinho”, comentou João César Dotto.

A aluna Gicelia Souza, 20, lembrou que o crescimento profissional passa por etapas de capacitação e que, nesse processo, o mais importante é o foco e a prática do bem. “Pra crescer na vida a gente passa por degraus, não tem essa de subir direto. Com os degraus que vamos passando de acordo com o tempo, a gente vai aprendendo, crescendo, ganhando maturidade. Mas o importante é a gente sempre prezar pelo bem, não se envolver com drogas, em nada errado. E sempre pensar no nosso futuro e da nossa família”, falou a estudante.

Na ocasião, também foram entregues kits com materiais didáticos e escolares aos alunos participantes do curso de operador de computador.

 

O Programa Radioativo é fruto de parceria entre a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) e a Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) que visa promover qualificação profissional por meio dos cursos de Aprendizagem ofertados pelo SENAI e SENAC, com a inclusão de jovens usuários do Sistema Socioeducativo do Estado do Acre, vítimas do trabalho infantil e escravo e em situação de vulnerabilidade social. Busca-se, assim, o desenvolvimento de competências profissionais para preparar os jovens para uma inserção qualificada no mercado de trabalho, em continuidade das ações estabelecidas no Acordo de Cooperação Técnica n° 3.120/2018.

As ações do Radioativo fazem parte dos macrodesafios criminais pactuados entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os Tribunais de Justiça do país e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em resposta à violência cometida contra crianças e jovens brasileiros, no âmbito da chamada Agenda 2030 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes), como prevê a Resolução CNJ nº 325/2020.

O ODS 16 contempla a redução da violência e o desencarceramento prisional e socioeducativo. Vale destacar que o Programa Radioativo tem como público-alvo adolescentes privados de liberdade, em regime de semiliberdade, calhando, assim, à consecução das diretrizes dos macrodesafios propostos pelo Conselho Nacional de Justiça e PNUD.

Marcio Bleiner Roma Felix | Comunicação TJAC

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