Testemunhas de acusação depõem no julgamento de Hildebrando

Mais duas testemunhas de acusação depuseram ontem, no sexto dia do julgamento do ex-deputado Hildebrando Pascoal na Justiça Federal. Hildebrando e outros três acusados pelo assassinato do policial civil Walter José Ayala, em 1997, já foram ouvidos pela Justiça. O policial era uma das principais testemunhas da investigação sobre a atuação de um esquadrão da morte no Acre, em que o ex-deputado federal é suspeito de ser o chefe. Ontem, começou o depoimento do policial militar Sebastião Uchôa, uma das testemunhas de acusação. O júri deverá ouvir a conclusão de seu depoimento na manhã de hoje. Outra testemunha também será ouvida. Ameaça Sexta-feira, o desembargador do Tribunal de Justiça do Acre e atual ouvidor agrário nacional Gercino Filho declarou já ter recebido ameaça de morte do irmão do ex-deputado, Sete Pascoal. O desembargador declarou que a ameaça de morte ocorreu durante visita de Sete Pascoal em seu gabinete, no dia 04 de setembro de 1999. Neste dia, o irmão de Hildebrando afirmou que Gercino era inimigo da família. O desembargador foi presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Acre de fevereiro de 1997 a janeiro de 1999. Dois meses depois de assumir a presidência do tribunal, ele contou que fez uma reunião com autoridades do Acre, onde relatou que tinha que ser tomada alguma providência sobre esquadrões da morte no estado. Mas, para evitar confrontos com Hildebrando, as autoridades não tomavam nenhuma providência. Diante da negativa das autoridades do Acre, ele buscou apoio no Conselho dos Direitos da Pessoa Humana. Segundo Gercino, o coronel Hildebrando sempre dizia que o procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza e o próprio desembargador eram seus inimigos. Ele contou ainda que Hildebrando ajuizou uma ação popular, que foi protocolada em fevereiro de 1998 –depois da morte do policial civil Walter Ayala, em setembro de 1997. Além disso, Gercino contou que ficou sabendo de uma escuta telefônica feita pela Polícia Federal, que gravou o telefone de Hildebrando com uma outra pessoa, que ele não disse o nome. Na ligação, Hildebrando dizia que esperaria a situação “esfriar” para dar um tiro em Gercino. De acordo com o desembargador, o ex-deputado tinha influência em boa parte do poder do Estado, o que impedia ações por parte do poder público, da sociedade civil e, inclusive, que jornais locais veiculassem notícias contrárias a Hildebrando. Gercino disse que era o ex-deputado que determinava o que deveria ou não ser apurado nas delegacias. Após a morte do irmão de Hildebrando, Gercino contou que o número de homicídios na forma de execução aumentou no Estado do Acre. Além de Gercino a Justiça Federal já ouviu o frentista Antônio Batista dos Santos. A Justiça tem de ouvir ainda as testemunhas de defesa para depois iniciar os debates. Defesa O ex-deputado negou sua participação no assassinato do policial. De acordo com a assessoria da Justiça Federal de Brasília, durante o depoimento, o ex-deputado afirmou que as denúncias do Ministério Público foram “plantadas” pelo procurador da República Luiz Francisco de Souza, já que Pascoal e outros deputados entraram com uma representação contra o procurador. O ex-deputado afirmou ainda, segundo informações da Justiça Federal, ter apontado irregularidades no Tribunal de Justiça do Acre. Com Agência Brasil

Assessoria | Comunicação TJAC

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