Projeto Cidadão é destaque em livro sobre a Amazônia de Euclides da Cunha

O livro "Amazônia de Euclides: viagem de volta a um paraíso perdido", do jornalista Daniel Piza, deslinda o itinerário realizado pelo escritor, engenheiro e sociólogo Euclides da Cunha que, em 1905, foi designado para liderar a comitiva mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus.

Euclides da Cunha percorreu 6.400 quilômetros de navegação – e muitos trechos a pé – no rio localizado na região fronteiriça entre o Acre e o Peru. A comissão liderada por ele chegou à foz do rio Purus em setembro de 1904. De volta, já como chefe da missão oficial do Ministério das Relações Exteriores, Euclides redigiu – com a colaboração de comissário peruano -, o relatório da expedição e fez o mapeamento da área.

Além de delinear informações detalhadas sobre o rio, o documento apresentou profunda análise do contexto histórico, geográfico e social do extremo oeste da Amazônia. O escritor carioca, natural de Cantagalo (RJ), foi pioneiro no estudo do “círculo da borracha”, denunciando o trabalho semiescravo a que eram submetidos os seringueiros, bem como a exploração e brutalidade dispensada aos índios da região.

Em 2009, ano do centenário de morte do autor de "Os Sertões", o editor-executivo do jornal O Estado de São Paulo, jornalista Daniel Piza, ao lado do fotógrafo Tiago Queiroz, cruzou o rio Purus, repetindo o trecho final euclidiano, com o intuito de fazer uma leitura comparativa da época com a realidade de hoje. Os jornalistas percorreram o trajeto entre 4 e 15 de março do ano passado, quando acompanharam as atividades do Projeto Cidadão. 

Lançado em fevereiro deste ano, em São Paulo, com a presença do escritor Milton Hatoum, o livro "Amazônia de Euclides: viagem de volta a um paraíso perdido" revela os pontos que tiveram relevância na contemplação de Euclides da Cunha. A obra será lançada no Acre no dia 26 de abril, na Biblioteca da Floresta, com a presença do autor Daniel Piza.

As fotos de Tiago Queiroz   descortinam esfuziantes paisagens, mas a principal delas – a humana – assume outra feição. “Hoje, porém, o Alto Purus mudou. Se continua com o mesmo ar de abandono, desabitado e desconhecido, de acesso e permanência difíceis, por outro lado tem outra paisagem humana, com cidades pequenas. As famílias de ex-seringueiros dão lugar às aldeias de índios de duas etnias, a kaxinawá e a kulina”, diz um trecho do livro.
 
Projeto Cidadão é destaque

O Projeto Cidadão é um trabalho social criado em 1995 pelo Tribunal de Justiça do Acre, em parceria com órgãos federais, estaduais, municipais e não-governamentais. O objetivo principal é assegurar à população mais carente o direito à documentação básica, como também acesso rápido e gratuito aos serviços públicos da área social: saúde, educação, meio ambiente, segurança e trabalho. Por meio dessas ações, o Projeto democratiza garante o exercício da cidadania a quem mais precisa.

Não por acaso, o livro de Daniel Piza destaca essa iniciativa idealizada pelo Desembargador Arquilau de Castro Melo, Coordenador do Projeto Cidadão. O Magistrado também é o idealizador do "movimento euclidiano" no Acre, cujo objetivo é a preservação e divulgação da memória do escritor Euclides da Cunha. A obra euclidiana resulta defensora de uma nacionalidade autêntica, valorização do Brasil, do interior e dos sertões do Norte e Nordeste brasileiros. Um trecho da obra destaca:

“Aos 14 anos, o projeto ajudou a derrubar o número de pessoas sem registro no Acre de 68% da população para 11%. Uma delas é Aristodis Kuerino Bardero Kaxinawá, de 62 anos, que veio caminhando da aldeia vizinha Nova Fronteira. Ele exibe satisfeito uma folha em branco dentro de uma pasta em que se lê CERTIDÃO DE NASCIMENTO”.

A obra ressalta a importância de levar esses serviços às regiões afastadas geograficamente dos centros urbanos, como vilas, comunidades ribeirinhas e indígenas, ramais e seringais. Veja aqui um trecho do livro que cita o Projeto Cidadão.

Assessoria | Comunicação TJAC

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